O caso Choquei e Mynd8 pode levar à cassação de Lula com base em 2 casos julgados pelo TSE: um envolvendo o uso ilegal de influenciadores por um candidato do PT e o outro que levou à inelegibilidade de Bolsonaro. Este é o Dossiê Mynd8- Lula: como a milícia da Mynd8 interferiu nas eleições de 2022 a favor de Lula: 1. O treinamento do Instituto Lula com participação da Mynd8 Entre dezembro de 2021 e março de 2022, o Instituto Lula realizou um treinamento para lideranças digitais visando as eleições de 2022. Bela Gil, uma das agenciadas da Mynd8 e irmã da sócia-diretora da Mynd8 Preta Gil foi uma das estrelas do treinamento, tendo inclusive destaque na Folha. Outros professores incluíram Candy Ferraz (ex-social media da ex-BBB Juliette), Jô Hallack (roteirista do Porta dos Fundos) e Brunna Rosa, responsável pelas redes sociais de Lula. Brunna merece um destaque especial. 2. O membro do “squad” da Mynd8 que ajudou Lula a crescer nas redes Em matéria publicada em agosto de 2022, às vésperas do início da campanha eleitoral, a Revista Piauí falou sobre Brunna Rosa, apelidada de “a companheira do TikTok”. Alguns trechos da matéria são interessantes. Primeiro, afirma que “Rosa faz tudo que está ao seu alcance para aumentar a influência de Lula nas redes”. Depois, fala sobre uma das estratégias para fazer Lula crescer nas redes: “seguir, curtir e trocar mensagens com personagens que têm grande presença nas redes”. E continua: foi assim que Lula se tornou amigo virtual de ex-BBBs como Juliette e Gil do Vigor. Gil faz parte do “squad” da Mynd8. Outro trecho é mais revelador: mostra a extrema confiança que Lula possui em Brunna: 3. A experiência da responsável pela campanha digital de Lula Brunna é uma velha conhecida dos líderes petistas. Trabalhou em 2010 e 2014 nas campanhas de Dilma Rousseff para formar militantes online (lembra dos MAVs?), trabalhou na campanha de Haddad à presidência em 2018 no combate às “fake News” e antes de atuar na campanha digital de Lula em 2022, deu aula de criação de brigadas digitais para a CUT, o braço sindicalista do PT. Detalhe: apesar de trabalhar há 12 anos com as redes sociais das campanhas do PT, Brunna não tem redes sociais próprias. Curioso, não? A matéria da Revista Piauí sobre Brunna finalizou dizendo que “a guerra nas redes está apenas começando”. E estava mesmo. 4. A matéria da Folha com Brunna Rosa e influenciadores da Mynd8 Pouco antes da campanha eleitoral começar, Brunna Rosa e Fátima Pissarra (CEO da Mynd8) participaram de uma matéria da Folha intitulada “artistas perderam o medo de declarar voto e saem no lucro”. A matéria fala sobre três agenciados da Mynd (Gleici Damasceno, Luisa Sonza e Pabllo Vittar), sem mencionar a relação deles com a agência. Curiosamente, Brunna – identificada na matéria como aquela que “comanda a campanha digital do partido” – diz que “leva essa discussão do campo do entretenimento e da cultura para a articulação política, inclusive, chamando os influenciadores de líderes digitais”. Não te soa exatamente o que a Mynd, cuja CEO e três agenciados participaram da mesma matéria, faz? 5. O site “Verdade na Rede” criado pela campanha de Lula para enganar eleitores Brunna não demorou para fazer “tudo que estava em seu alcance” na campanha de Lula. Em setembro de 2022, o TSE determinou a remoção do site “Verdade na Rede”, vinculado a Lula, porque este estava “se passando por agência de checagem independente para divulgar propaganda eleitoral em prol do candidato e negativa em desfavor de Bolsonaro”. O domínio do site está registrado até hoje em nome de Brunna. Além de um domínio próprio, a página possuía perfis nas redes sociais Instagram, TikTok, YouTube e Twitter e nos serviços de mensagens WhatsApp e Telegram. 6. A campanha digital milionária de Lula Segundo a declaração de despesas da campanha de Lula, a empresa EMBAUBA PRODUCOES LTDA – de propriedade de Brunna – recebeu R$ 3.100.000,00 da campanha do petista para prestar “Serviços de Comunicação Digital e Gestão de Redes”, sendo R$ 2,2 milhões em 10/08 para o 1° turno e R$ 900 mil em 03/10 para o 2° turno. Os valores gastos pela campanha de Lula com Google e Facebook (via intermediador DLocal) foram descritos de forma separada, o que significa que o valor destinado à empresa de Brunna foi puramente para redes sociais. Será que pelo menos parte deste valor foi parar na conta da Mynd8 e/ou de seus influenciadores? Uma discrepância de valores mostra que isso é bem possível. 7. A discrepância de valores entre a pré-campanha e a campanha Segundo o detalhamento de despesas do PT de 2022, a empresa de Brunna atuou na pré-campanha de Lula recebendo R$ 848.438,40 por 5 meses de trabalho. Entretanto, para 50 dias de trabalho na campanha petista, a EMBAUBA PRODUCOES recebeu 4,5 vezes mais do que em 5 meses de pré-campanha. Estranho, não? Como você verá à frente, não seria a primeira despesa oculta nas contas eleitorais de Lula, e nem a primeira relacionada a influenciadores. Duas semanas após o segundo turno, no dia 13/11, dois novos sócios substituíram Brunna no controle da Embauba Producoes. 8. A agência oculta que prestou serviços para a campanha de Lula Documentos obtidos pelo site Bastidor revelam que a campanha de Lula em 2022 omitiu do TSE os serviços prestados pela agência Polo Marketing Digital (razão social CLARISSE MELLO CHALREO DE OLIVEIRA MARKETING DIRETO), o que pode caracterizar crime eleitoral. O site só descobriu essa informação porque dois funcionários da Polo ingressaram com ações trabalhistas contra o Diretório Nacional do PT porque foram contratados sem carteira assinada e trabalharam em dobro durante as eleições de 2022. Na nota fiscal apresentada ao PT pela Polo em fevereiro de 2022, consta a Polo publicava conteúdo no site “Verdade na Rede”, aquele registrado no nome da coordenadora da campanha digital do Lula que o TSE derrubou por tentar enganar eleitores se passando por uma “agência de checagem”. 9. O ato eleitoral de Lula com participação do “squad” da Mynd8 Em 26 de setembro de 2022, no final de semana anterior ao do primeiro turno das eleições, foi realizado no auditório do Anhembi, em São Paulo, o “Grande Ato Brasil